quinta-feira, 2 de novembro de 2006
Do começo...
Primeiro, gostaria de dizer que começar do começo, nos nossos dias, já é uma coisa temerária, quase uma transgressão. Contar qualquer coisa a partir de um ponto qualquer em linha reta, ou segmento de reta cujo fim, necessariamente, representa o fim da história, é algo demodé desde Homero, com seu super excelente in media res (ou, em bom português, "na coisa do meio"). Ótimo, outros exemplos... Temos a Bíblia, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Cem Anos de Solidão, O Chão que Ela Pisa, Lost e alguns espisódios de Arquivo X - que estão aí para mostrar que começar do começo, de fato, nunca levou ninguém a lugar nenhum. Vai francamente na contramão de grandes escritores renomados dos últimos 4 mil anos, que, por causa de suas perícias literárias, conquistaram fama e dinheiro. Optando por começar do início, portanto, e agora para terminar pelo fim, só aponta o iminente fracasso deste recém-criado blogue e daquela que vos escreve, Vina Apsara, às vossas ordens...
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6 comentários:
Você podia começar do fim. Se bem que daí não seria um começo, não mesmo. Talvez fosse o fim mesmo, só que contado no começo, entende. Só que no começo do esforço do contar, mas teria acontecido no fim do acontecer, sabe? Bem, o que eu queria dizer, no fim das contas, já disse no começo...
Como disse a Rainha de Copas ao Coelho Branco, perguntando como ler um pergaminho: "comece do começo, passe pelo meio, vá até o fim e depois pare".
Estarei por aqui!
Segundo Aristóteles, na Poética, começo é aquilo que não tem nada antes e alguma coisa depois; meio é aquilo que tem algo antes e algo depois; e fim é o que tem alguma coisa antes e nada depois.
O cara era um gênio!
Tio Ari abala!
Bem, eu não tenho digressões interessantes ou citações inteligente a fazer a respeito...
Welcome back milady.
Bem pimba. gostei.
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