segunda-feira, 18 de julho de 2011
post anti-nostálgico
O que quero dizer, portanto, é que facebook é um passo perfeitamente evolutivo. Nossas relações com as outras pessoas começam a se restringir ao mínimo (ou ao máximo, dependendo do ponto de vista) com um corte altamente racional da energia que gastamos para isso. Ou irracional, dependendo do ponto de vista. Passar 20 horas por dia no facebook é uma forma racional ou irracional de preencher seu tempo? Reagir aos feeds dos seus amigos é gastar mais ou menos energia com eles? -- essas são as perguntas de verdade.
E não achar que o mundo vai acabar porque as pessoas não se dão bom dia na rua. Esses filósofos apocalípticos são exatamente aqueles que nunca aprenderam a usar um teclado qwert. Um fulano PhD escreve contra o twiter na Folha: ele vai ter mais de quarenta com certeza e não deve saber nem como se cadastrar em uma rede social.
Comparando com a geração imediatamente anterior, será que esse povo não está sendo melhor criado pela internet do que a gente, que foi criado pela televisão? Xuxa versus youtube.
Sinceramente, eu acho que não tem comparação.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010

TODA A MINHA coleção de quadrinhos está finalmente de volta ao lar. nunca imaginei o que trazer tudo isso de brasília, numa pequena caixa, podia ter de perigoso.
tenho o stardust, que comprei quando lançou no brasil, lá pelos idos de 2000, 2001, em português.
tenho o segundo volume do liga extraordinária, que tive que esperar sabe-se lá quantos anos, com o um na mão, para saber o desfecho da história.
tenho o caçadores de sonhos, com as ilustrações em aquarela daquele japonês.
tenho o primeiro quadrinho sério que comprei na minha vida. na verdade, ganhei. o sandman #8, daquela reedição que parou no meio.
e não lembro nada deles.
não vejo a hora de parar de ler sobre confluência, heterogeneidade, estudos comparados, beber café, para reler isso tudo de novo.
(não sei porque todos os sites que entro hoje dão pau)
mais sobre a filosofia secreta das caixas: aqui e aqui.
terça-feira, 3 de março de 2009
vergonha alheia
eu comecei a escrever desse jeito, todo dia, porque a psicóloga do cursinho disse que é terapeutico. 7 anos depois, vocês aqui me ouvindo reclamar todo dia. ai, que saco...
enfim, pra coisas mais felizes.
um dia desses eu descobri, no estadão, no caderno "cultura", essa coluna de entrevista chamada "antologia pessoal". não sabia se o mais cretino eram as perguntas, as respostas ou a entrevistada. domingo passado eu descobri que não eram mesmo as perguntas, porque elas são padrão. o foda é uma pessoa que se descreve como "Fulano de tal - escritor e ensaísta" e que responde em plural magestático a uma pergunta como "De que livro você gostaria de mudar o final?". Pra completar a vergonha alheia...
"Que personagens são tão marcantes que ganham vida prórpia na sua imaginação de leitor?" - ao que o fulano responde - "neste momento, são conceitos: não posso mais enxergar a experiência humana senão pelos registros do real, do simbólico e do imaginário, tal como propostos por Lacan". te juro, cara, não tô mentindo: citou lacan e deu fatality na pergunta singela.
vergonha própria: escrevi experiência com s.
domingo, 19 de outubro de 2008
das propagandas
acabei de ficar triste porque perdi mais de dois anos de posts do meninashoyo, o blogue que eu tinha dos 16 aos 20 anos.
vou tocar um requiem.
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
momento tradução
Esse é o número VI (fica sem formatação, o que perde um pouco):
O terno que vesti amanhã
não o lavou minha lavadeira;
o lavava em suas veias otilinas*,
no jorro de seu coração, e hoje não hei
de me perguntar se eu deixava
o terno turvo de injustiça
A hora que não há quem vá às águas
em minhas pautas retifica
o lenço para emplumar, e todas as coisas
do velador de tanto o que será de mim,
todas não estão minhas
a meu lado.
Ficaram de sua propriedade
fratesadas, seladas com sua triguenha bondade.
E se eu soubesse que ha de voltar;
e se soubesse qual amanhã entrará
a me entregar as roupas lavadas, minha aquela
lavadeira da alma. Qual amanhã entrará
satisfeita, cereja de olaria, venturosa
de provar que sim sabe, que sim pode
COMO NÃO VAI PODER!
anilar e passar todos os caos.
*N.T. Otile era o nome do primeiro amor do poeta.
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
mandinga
este era o post que comecei a escrever hoje de madrugada e parou pela metade:
Querido diário
hoje eu acordei meio deprimida. sonhei que o emprego da minha vida era trabalhar para uma editora, procurando livros que fossem parecidos com "quem mexeu no meu queijo". era bem sucedida e muitas vezes fazia questão de mostrar para os outros como as editoras de auto-ajuda finalmente davam valor ao meu talento, coisa que ninguém mais fazia. o mais legal era que, quando ninguém da firma tava olhando, eu dava uma escapadinha para o lavabo feminino para dar mais uma lidinha do 2666, o livro de mais ou menos essa quantidade de páginas, do Bolaño.
depois disso, muitas perguntas pairam no ar, prescrutante leitor:
Vou inventar agora perguntas que pairam no ar, porque eu já esqueci quais pairavam ontem de madrugada:
a) que tipo de constrangimento social faz alguém ler um livro de duas mil páginas no banheiro?
b) desde quando editoras de auto-ajuda dão valor ao talento de alguém? elas não publicam livros pras pessoas aprenderem a fazer isso sozinhas? não é esse o conceito de auto-ajuda?
c) será que existe auto-ajuda for dummies? e se alguém traduzisse a série e fizesse, sei lá, latim para idiotas, será que as pessoas comprariam?
d) o que meu subconsciente quer me dizer com isso?
mais importante de tudo, e) ainda se constróem lavabos?
Pairando com essas duvidas na cabeça, peguei o ônibus errado e ouvi a nova propaganda da Chevrolet:
Eu sou paulista, sabe como é
Quem é paulista vai de Chevrolet
Que, além de idiota, é uma idéia muito, muito burra, porque:
alfa) a maior parte das pessoas de São Paulo não é paulista;
beta) a propaganda dá a entender que a principal característica dos paulistas é "trampar" e "dar duro o ano inteiro", reforçando o esteriotipo que todo o resto do brasil tem a respeito dos paulistas, mas que não é necessariamente o que eles pensam de si mesmos (o que os fariam pessoas muito tristes), fazendo a parte "eu sou paulista" entrar em uma certa dúvida;
gama) são paulo é a cidade campeã em congestionamento, as seguradoras de carros começam a emprestar bicicletas para os seus clientes, os estacionamentos custam uma corrida de táxi, entre grande sorte de paradoxos. é lógico que a concercionária não tá nem aí com as condições do motorista depois que ele compra o carro, mas a condição sócio-histórica-cultural-estacionamentista só faz ser ainda mais ridícula uma propaganda voltada para os nativos.
Enfim. Você que é publicitário/a, por favor me desculpe o desabafo, mas propaganda é um lixo.
menos a nova das havaianas:
domingo, 17 de agosto de 2008
estamos de volta!
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
problemas recorrentes
minhas mais sinceras desculpas!
segunda-feira, 28 de julho de 2008
sábado, 26 de julho de 2008
overbook (ii)
"Sexualmente desreprimidos, geração clubber de classe média e favela se misturam, manipulam conteúdos em sites, mistificam a realidade e se dão bem. O título do filme [Nome Próprio, do Murilo Salles, inspirado na vida da blogueira Clarah Averbuck] faz uma espécie de alerta contra um comportamento social que ignora a moralidade construída e aceita pelas sociedades ocidentais, já que a dinâmica social e das novas tecnologias engendraram lógicas mais fortes que a ética"
Por enquanto, nos detemos só neste trecho da crítica de Sérgio Moriconi, publicada no Correio Brasiliense hoje, donde se depreende:
a) que a sociedade ocidental, como um conjunto cultural uno e homogêneo, criou uma sorte de valores morais que devem ser seguidos. Por um acaso do destino, ela também criou a internet - que, por sua vez, chegou para perverter os valores cuidadosamente construidos pela mesma sociedade que a criou. Vale lembrar que o nosso conceito de imoralidade foi tão atenciosamente elaborado nos últimos séculos;
b) geração clubber classe média e favela se misturam. Adoro esse totalitarismo: as pessoas que usam o computador são ou 1) clubber classe média - não os outros classe média, vamos dizer, jornalistas, por exemplo, que preferem a mídia impressa ainda, ou 2) "favela". Enquanto os ricos se dividem em tipos - clubber, jornalista nostálgico - e, quantitativamente, recebem mais adjetivos, os pobres são outra vez referidos somente pelo lugar de onde vêm - favela. E essas são as classes de pessoas que existem.
c) a ética é uma lógica. Desde quando? E o que faz dos pobres blogueiros menos éticos?
d) quem manipula site se dá bem? caramba, eu que não sabia esse tempo todo... eu devo ser ALIENADA...
"Passaram as ideologias, seguem os problemas. Sai o existencialismo sartreano de viés marxista, entra o existencialismo do "eu-mesmo". Mas o mal-estar existencial de Camila [personagem principal do filme] é de outra natureza. Ele não é da orfandade de uma não-coisa. Camila vive num mundo que perdeu um cânone comum, que pulverizou referências, estímulos e, finalmente, identidades. De alguma maneira, Nome Próprio respinga os cacos dos ideias de maio de 68 na circunstância nova da realidade virtual do cyberespaço. Esta realidade, supomos, mais escraviza que liberta. Aparentemente morto e enterrado pelo triunfalismo neoliberal, o velho conceito marxista de ALIENAÇÃO volta mais vivo do que nunca, depois de noivar e casar com os fantasmas da realidade virtual."
Donde se depreende que:
a) os marxistas não tiveram NADA a ver com a abolição do cânone e a reformulação dos limites que aconteceram desde o romantismo até hoje. Em especial nos últimos trinta anos.
b) eu e você, querido leitor, somos vítimas da escravidão do cyberespaço;
c) as pessoas adoram ser escravizadas, por isso estamos aqui;
d) no que toca à última frase, o autor nunca ouviu falar de literatura cyberpunk, nunca viu matrix e assume que qualquer alternativa ao marxismo é, por definição, neoliberal;
CONCLUSÃO:
Sem pudor, sem ética, alienada e órfã, nossa geração não é capaz de nada - como a geração perdida dos anos 80 - segundo os padrões dos nossos pais, que fizeram o favor de quebrar tudo, botar fogo no circo e esquecer a luz acesa. O grande lance é que os anos 70 são e sempre foram a moda e, qual São Paulo Fashion Week, aqueles que agora têm uns quilos a mais, dor nas costas de sentar no computador e assistir seriado americano, recolhidos ao seu mundo interior pela frustração e insegurança causados pelo mundo das supermodelos - e dos superescritores, porque não dizer, que a nossa cara overbook fez tanta questão de pertencer - são pobres culpados pela perda de um paraíso perdido, nostálgico para os próprios críticos que os negaram em sua juventude. Galera, cresce. Só porque vocês não conseguem entender não quer dizer que seja neoliberal triunfalista. Chega de princesa e bandido.
Como diz a Xuxa "vamos brincar de índio, mas sem mocinho pra me pegar".
sexta-feira, 18 de julho de 2008
semi-inoperante
1) bug da telefônica;
2) problemas ainda não resolvidos com a conexão de Brasília;
3) reforma na casa e conseqüente
4) bug temporário do computador alheio que sim tem internet.
Com os agravantes:
alfa) fim do semestre;
beta) bug do computador próprio;
gama) advento do playstation 2 na minha vida.
Donde entendemos a precariedade deste post.
Enjoada com o cheiro de tinta, com onze filmes piratas esperando na fila para serem assistidos e uma dor nas costas causada pelo posicionamento requerido pelas horas infindáveis na frente do videogueime e, finalmente, com uma LER intensa conhecida como guitar hero (a.k.a. "guitarrero"), encontro um tempinho dessas férias cansativas para escrever este humilde post sobre.... Clarah Overbook. Como o nome já diz, é um fenômeno causado quando a companhia aérea resolve vender o SEU bilhete de passagem e você, alegre consumidor, se dirige serelepemente até o órgão responsável e processa a empresa, quitando finalmente os meses inadimplentes da faculdade. Clarah causa esse mesmo desconforto. Gaúcha, mas incorporando o ritmo blasée indie das ruas paulistanas, ela é a essência e a prova da zrrogância característica daqueles que se auto-denominam """""escritores""""". Acho que já fiz alguns posts sobre isso, esse orgulho estúpido de se chamar "artista", como um concurso de um milhão de candidatos por vaga, ou um chamado divino. Na matéria que ela escreveu pro jornal o Globo da semana passada, xingando veementemente os leitores do seu blogue que, segundo ela, achavam que a conheciam e davam pitaco na vida dela, ela separa gravemente o que escreve no blogue com o que escreve no livro - aí sim, é escritora. Na verdade, ela nasceu pra ser escritora, escreveria em qualquer lugar disponível - que tocante! - e calhou que fosse em um blogue. Mas poderia ser, sei lá, na New Yorker. Quanto aos leitores, quer dizer, muita gente não vai gostar do livro dela e também não vai mandar um email falando mal ou criticando, sei lá. O que eu quero dizer é que blogue é justamente isso: escrever pra pessoas que não são iguais a você, deixar as palavras se perderem livremente num google da vida, ser acessada constantemente por evangélicos que querem namorar (nada contra!).
Escrever pra "artista" é muito fácil também, quer dizer, essa atitude altiva de jogar pérolas para os porcos. É só incorporar esse clima Walter-Benjamin-estava-certo e achar que o presente é uma corruptela do passado e que a arte está sendo ameaçada todos os dias por dois filhos de francisco. Ler segurando um cigarro como se fosse uma grande transgressão, como se nos fizesse pessoas especiais, ímpares, convivendo com o lixo da mídia. Só que se esquece que quem rola no lixo não é bonitinho e nem ouve Chet Baker.
E o Walter Salles fez um filme inspirado nela. Que lindo.
Pode dizer que essa revolta toda é inveja, diz. Pronto. Na verdade, não é. Estou querendo ter um pouco de gosto próprio que me permita diferenciar a qualidade das coisas, para que eu não me pegue lendo lixo, como se fosse coisa de artista. Ler por status é chato e te leva a desistir. Eu não, I will survive for as long as I know how to love I know I'll be alive.
Fim do post precário.
quinta-feira, 3 de julho de 2008
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domingo, 2 de março de 2008
resposta aos leitores
Bom, na verdade só vim aqui para dizer que tenho um pequeno problema internético e provavelmente estarei ausente nos próximos... tempos.
Até breve.