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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

desobjetivos de vida

como destruir tudo aquilo a que você se dedicou durante toda a sua vida:

1) desaprender espanhol para contar a piada do paraguayo;

2) ler overbook em iglês, quando tiver 90 anos, e achar bom;

3) escrever poemas concretos com catuaba selvagem;

4) fazer um filme pornô com três cavalos e pessoas albinas;

5) finalmente, levar o que ficou conhecido como "o poema do fagner" às telas;

6) beber em muriaé;

7) não ir pra aula porque você está com seus amigos bebendo num interminável copo de plástico uma dose do que você pensa ser vinho, mas na verdade é catuaba selvagem, na frente da sala de aula, cruzando olhares com a professora.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

coisas profundas

Queria escrever alguma coisa séria hoje, já que me disseram que o meu blogue é escrachado. O problema é que eu tô com a merda da música do Justin Timberlake na cabeça. (Muito sintomático).

Sobre o post do Fagner, eu sei que muita gente rolou de rir e tudo, e acho que era pra rir mesmo. Só queria deixar bem claro que, ainda que não compartilhe as opiniões do personagem crítico literário, confesso que divido algumas coisas com a Josefa. Ela foi inspirada em mim. Claro que na verdade eu sou uma cantora indiana orfã, líder da banda VTO que conquistou a América, personagem de um livro do Rushdie. Mas, a Josefa representa a minha parte que urge, clama por um videoquê nas tardes de domingo. E ainda não sei porque insisto tanto em te querer, se você sempre faz de mim o que bem quer.


"Me subornando, só assim somos amigos"


Não preciso dizer que as coisas populares não são ruins em essência, apesar de que essa é sempre a nossa primeira impressão. Nessa hora, todo mundo vai citar os grandes nomes da música sertaneja e do samba de 80 anos atrás. Mas, eu estou realmente falando de Leandro e Leonardo, Fagner, Zé Ramalho, Chitãozinho e Xororó. Acho engraçado que em alguns paises da latino América eles sejam considerados de altíssimo calão, ao lado de grandes nomes locais que nós, brasileiros, aplaudimos.

Enfim, vai saber.


(Não sei por que isso me lembrou o dia que eu fui no show da Xuxa e a Sorvetão me empurrou e pisou na minha barriga. Freud explica.)

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Querido diário...

... nada de fantástico aconteceu hoje - salvo, talvez, uma fantástica enxaqueca. Faz 30º la fora e eu não quero sair de novo. Tenho uma conta pra pagar. Contas são terroristas: elas olham para você, retalham seu organismo de expectativa. É preciso pagar as contas, diria Clarice Lispector, nessa situação. E tudo se transformaria em puro existencialismo. O ovo, a galinha, ou a conta?

Espero sentada.

Tive muitas idéias hoje, idéias para curtas, vocês sabem porque. Porque eu sou doente. Enfim, a primeira grande idéia - me invadiu, mal consigo expressar!, me tomou com uma violência emocionante "sim, é isso", disse a mim mesma, "é a síntese do próprio ser humano", e logo "está vivo!" (sou agora o Dr Frankenstein) - foi fazer um curta sobre o Fagner. Não sobre o Fagner propriamente - que banal! - mas sobre o sonho, a autonomia humana de sonhar, de ir para um show do Fagner. Imaginem a primeira cena:

TELA ESCURA, ENTRA O SOM: ná/ ná ná ná ná ná/ ná ná ná ná ná/ ná ná ná ná ná... Não sei porque insisto tanto em te querer/ se você sempre faz de mim o que bem quer/ ao seu lado, sei tão pouco de você/ é pelos outros que eu sei quem você é...

SOBE O TÍTULO: "Eu sonho com Fagner" [reparem a relação sutil com "I dream with Jeanne", o clássico seriado dos anos setenta]

e, logo: NOITE, NUM BOTECO SUJO: Josefa canta num videoquê o clássico Deslizes, põe toda a sua emoção na música, com o efeito catártico da fina poesia.

JOSEFA: Comecei a gostar de Fagner quando eu era moça, a gente dançava agarradinho com as músicas dele.

MÚSICA: è só assim que eu perdôo os seus deslizes

CRÍTICO LITERÁRIO: Se Pushkin ou Dostoiévski podem ser responsáveis por compreender a alma eslava, Fagner é aquele que conhece a alma brasileira e que a articula com a cultura do seu continente. Com a música "Borbulhas de amor", ele sintetiza a identidade do nosso país, que busca seus fundamentos em seus primos hispanohablantes.

MÚSICA: Tenho um coraçãoo/ Dividido entre a esperança e a paixão/ Tenho um coração/ Bom melhor que não tivera

CRÍTICO LITERÁRIO: Esse desdobramento híbrido de duas culturas, que negam sua síntese, a pesar de buscá-la, é o mesmo articulado por Chico Buarque, ao traduzir músicas como "Iolanda". De fato, Fagner foi celebrado pelas mais distintas vozes no seu tempo, como o caso de Elis Regina, cantando "Mucuripe".

JOSEFA, no videoquê: As velas do Mucuripe/ Vou sair para pescar/ Vou levar as minhas mágoas/ Pra água funda do mar

MARIDO DA JOSEFA: O Fagner enfrenta muito preconceito porque ele é do povo. E música do povo não é boa, né? Os caras acham que não é boa...

JOSEFA: Aquela estrela é dela/ Vida feito vela leva-meeeeeee... daqui!