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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010


(Foto: Thomaz Farkas IMS)

Vina Apsara nasceu em Brasília, em 1932, quando a cidade ainda não existia. Seus pais são o cacto e a fuligem, e ela nunca conseguiu evitar comentários em relação à sua origem bastarda. Na escola, as crianças comentavam que as circunstâncias do ser nascimento envolviam um rapto de disco-voador. Nunca fora capaz de negá-lo.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

ressaca, essa coisa linda

eu gosto de ficção científica. principalmente quando estou viajando.

estou nas ruinas de uma civilização antiga e esquecida, cujo motivo de existir está em conflito permanente com toda a ideia de presente. interrompe o metro, as vias de pedestre, o escoamento do esgoto. está ali simplesmente porque um dia pessoas estiveram ali e isso. ponto.

e leio sobre uma princesa de um planeta distante, tentando recuperar uma joia mítica e transforma-la em dote para o seu amado.

é como aumentar o poder do deslocamento, de sentir-se ainda mais fora de si e fora deste mundo.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

To latin, or not to latin?

Oi, mundo.

Tentei tirar umas férias, mas a coisa começou a ficar complicada de repente. Lição de 2009 é: apesar do que parece, você NÃO consegue fazer tudo o que quer de uma vez. Principalmente, se você fez letras e seu ideal de vida é ter muito tempo livre para ler todo o cânone ocidental.

Acabei de voltar da casa da minha avó (e passei por Caratinga, foi muito engraçado), um lugar onde as mulheres e as mães se sentem obrigadas a cozinhar, lavar e passar para os demais, digo, homens feitos e filhos também adultos. Onde o iogurte fresco está na cotação 1994, quando se podia efetivamente comprar alguma coisa com trinta centavos. E, afinal, onde não existe nenhuma livraria e as temperaturas podem chegar alegremente aos 40 graus, mínimas de 28.

Conclusão: li um livro por dia. Meu repertório foi adicionado por Simenon (não gostei), K. Dick (também overrated) e Shakespeare -- que me provou por A mais B algo que já tinha certeza desde 2008 e que agora pode ser anunciado em alto e bom som, para o terror da mais alta tradição crítica literária brasileira. Eu digo: não. Capitu não traiu o Bentinho, Helen Caldwell estava certa all along. Quem ainda defende aquele trapo desgraçado pode ler Othelo, quando a pobre Desdêmona pede por favor que o mouro a mande ao exílio para morrer.

É isso, basicamente.

Também aproveitei o tempo livre e a tradição exageradamente matriarcal da minha família para me atualizar nos grandes clássicos da sétima arte e assisti "A malvada", com a Bette Davis. Genial, genial. O que só prova que tudo o que é bom do cinema já foi feito antes dos anos 70. Vi também "El secreto de tus ojos", um filme policial argentino com o popstar Ricardo Darín, também muito bom. E "Onde moram os monstros", oferecido gentilmente pela feirinha do paraguai, antes de entrar nos cinemas no Brasil. Também imperdível.

E no cinema, vimos Avatar, que misteriosamente ganhou o globo de ouro de melhor filme (a Sandra Bullock ganhou melhor atriz, meu deus, que ano foi 2009, viu?). Aliás, Merryl Streep ganhou mais um globo de ouro: só imagino ela saindo das premiações com um saco cheio de prêmio e tendo uma parede em casa feita de ouro de Oscar derretido.

Vimos Vício Frenético, mais um filme empobrecido por essa tradução PORCA que os publicitários -- que, aliás, ganham muito mais que os pobres tradutores bolivianos vivendo em regime de semi-escravidão -- fazem. Mas muito bom, muito bom. Get those iguanas out of my coffee table. Finalmente posso justificar por que gosto tanto do Nicolas Cage.

Agora eu tenho que voltar ao trabalho. Boas férias para vocês, se aplicável. Senão, bom, feliz 2010.

domingo, 26 de julho de 2009

ah, sim, e só para argumentar como a gente realmente teve a melhor infância do mundo (pelo menos aqueles que engordaram na frente da televisão):

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Chegou primeiro. E viu o mundo ser contruído a sua volta. O sol partir de si para iluminar as coisas. As bússulas voltarem sempre para sua direção. Os planetas se alinharem, o horário zerar, as famílias se reunirem em círculo a partir do seu marco.

Nunca perceberia, entretanto, que aquilo não era seu por direito.

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sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

post expresso

oi, gente. bão?

esse post vai ser rápido, só pra não deixar de desejar um feliz ano novo pros sobreviventes da peripécia amorosa e digestiva deste blogue. E também pra não deixar a emoção passar e contar-lhes mais sobre a maravilhosa Ursula le Guin (lê-se como se escreve a parte do "guin", não com a pronúncia francesa, "gã", como bem nos ensina a wikipédia). aliás, nossa completa ignorância a respeito da existência desta tão ilustre construtora de universos é patente, a começar pela ausência de qualquer registro seu na wiki brasileira. pra variar, a gente não sabe o que está perdendo: li primeiro "a mão esquerda da escuridão", depois "a cidade das ilusões" - em uma tradução portuguesa resgatada de um sebo empoeirado na vila mariana - e finalmente, terminado há uns 10 minutos, "os despossuídos" - que seria melhor traduzido como "os despojados", como na edição portuguesa, mas enfim.

achei melhor o primeiro livro - aliás, sensacional, surpreendente, delicioso, sem palavras: um astronauta humano desce num planeta distante do centro da coligação de planetas da qual faz parte, com objetivo de integrá-lo também. só que ursula é filha de um antropólgo, e como tal não é alheia às discussões culturais embutidas em assuntos como.. como... bem, viagens no espaço. e aí você tem feminismo, discussão de formas de governo, etnocentrismo, etc etc etc.

no último, "os despossuídos", dois planetas em órbita um do outro entram em conflito quando um eminente físico resolve entrar em contato com a sua lua, Urrás, o planeta capitalista, de onde seus antepassados sairam para criar uma comunidade idealista e anarquista, que, 170 anos depois, mostra suas limitações.

um post meio sem fôlego, ditado na lan house.