quarta-feira, 17 de outubro de 2007

prêmio portugal telecom

EDUARDO SIMÕES
da Folha de S.Paulo

O escritor português Gonçalo M. Tavares foi o grande vencedor ontem à noite do Prêmio Portugal Telecom de Literatura em Língua Portuguesa, pelo romance "Jerusalém" (Companhia das Letras). Ao agradecer, Gonçalo apontou a importância das "ligações entre as pessoas que falam português", batalha que, para ele, a língua espanhola está ganhando.

O escritor recebeu um troféu das mãos do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, e ganhará R$ 100 mil. "Jerusalém" já ganhara dois importantes prêmios da literatura portuguesa: o Ler/Millenium 2004 e o José Saramago 2005. O livro narra as relações entre um médico, um diretor de hospício, uma prostituta e um ex-combatente e integra a tetralogia "O Reino", que inclui "Um Homem: Klaus Klump", "A Máquina de Joseph Walser" e um romance inacabado.

Gonçalo nasceu em 1970 em Luanda, Angola, e logo em seguida mudou-se para Portugal. Premiado e elogiado pela crítica, estreou com "Livro da Dança" (2001). Em 2005, participou da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip).

Em segundo e terceiro lugar, ficaram Dalton Trevisan (com o livro de contos "Macho Não Ganha Flor") e Teixeira Coelho (por "História Natural da Ditadura") -receberão, respectivamente, R$ 35 mil e R$ 15 mil.

Antes da premiação, seis dos dez finalistas participaram de um talk-show apresentado pelo jornalista Edney Silvestre. Além de Gonçalo e Coelho, o angolano Ondjaki e os brasileiros Michel Laub, Cíntia Moscovich e André SantAnna responderam a perguntas sobre o ofício de escritor ou suas obras.

Em 2006, quando o prêmio se limitava à literatura brasileira, venceram "Cinzas do Norte" (Milton Hatoum), "História dos Ossos" (Alberto Martins) e "Duas Praças" (Ricardo Lísias). O

Portugal Telecom é considerado, ao lado do Jabuti, o maior prêmio de literatura do país.


E, em 2004, quem levou o prêmio foi Paulo Henriques Britto, com um livro de contos, Macau. É triste pensar que um escritor português acredite que o intercâmbio entre línguas seja uma "batalha" a ser ganha. Por algum motivo cósmico, o Brasil fica encerrado em um continente de língua espanhola, e nós não temos culpa disso. A fala de intercâmbio com nossos hermanos seria uma tapadice sem tamanho, se é que já não é.

Outro detalhe: percebam que um dos finalistas do concurso nem apareceu. Quem será?

3 comentários:

catu disse...

trevisan to go!

vina apsara disse...

mais um ponto pra juju!!

Pedro Martins disse...

meu padrinho ja ganhou um jabuti!