sexta-feira, 29 de agosto de 2008

chega!

Vou parar de fazer posts, porque depois não tenho nada pra dizer pras pessoas, na rua.

Ainda tentando convencer o suricate de que Vallejo é a maior diversão, taí outra tradução do Trilce.

XVIII

Oh as quatro paredes da cela.

Ah as quatro paredes alvejantes,

que sem remédio dão ao mesmo número.


Criadeiro de nervos, má brecha,

por seus quatro cantos como arranca

as diárias acorrentadas extremidades.


Amorosa chaveira de inumeráveis chaves,

se estivesse aqui, se visse até

que hora são quatro estas paredes.

Contra elas seríamos contigo, os dois,

mais dois que nunca. E se chorasse,

diz, libertadora!


Ah as paredes da cela.

De elas me dói entretanto, mais

as duas largas que têm esta noite

algo de mães que já mortas

levam por platinados declives,

um menino de a mão cada uma.


E sozinho vou ficando,

com a destra, que faz por ambas as mãos,

ao alto, em busca de um terciário braço

que há de pupilar, entre meu onde e meu quando,

esta maioria inválida de homem.



Em breve, todo o meu pulso século XVII, com Góngora.

3 comentários:

lrp disse...

vou ler Vallejo, juro. Realmente é interessante e bom.

Aliás, sabe que mudei de blogue, né?
Eu podia falar isso ao vivo, mas já q a gente posta...


www.fumanteentrecavalos.blogspot.com

vina apsara disse...

de novo? afffe!!

ah, que bom que eu te convenci! yesss!

depois me conta o lance c/ o vicente, se rolou etc etc...

lrp disse...

esse lembra marília de dirceu, no?