quarta-feira, 27 de agosto de 2008

turismo de filósofo

Prestes a lançar um livro sobre a cultura na era da globalização, o filósofo começa a discorrer sobre o assunto. "Cada vez mais, vemos o mundo dos negócios se apropriar da cultura. Mas quanto mais isso acontece, mais a cultura precisa ganhar um outro sentido", diz. "Este tipo de reflexão é necessária para que as pessoas não sejam como Paris Hilton. É horrível quando a pessoa se torna apenas um consumidor."

Lipovetsky visita a livraria do shopping. "A idéia de integrar cultura num templo do luxo comercial é muito boa, porque cultura é um grande luxo. Mas me pergunto se vai funcionar como negócio, porque as pessoas que vêm num shopping como esse gostam de marcas." Para ele, no futuro, a cultura deverá ultrapassar as barreiras físicas dos museus e livrarias, em cidades como São Paulo, para se integrar ao ambiente, "como já acontece em Paris". Uma das sugestões do filósofo é aproveitar espaços abertos para expor esculturas. Outra saída é a criação de edifícios que por si só sejam considerados arte, "como o museu Guggenhein de Bilbao, desenhado pelo arquiteto Frank Gehry".

Lipovetsky se anima a visitar o cinema, cujo ingresso para a sala com largas poltronas reclináveis de couro, carta de vinhos, cardápio de petiscos e pipoca com azeite trufado custa até R$ 46 - preço que ele considera razoável pelo que promete. Invade uma sessão do filme "Mamma Mia", com Meryl Streep, para testar o serviço. Sai em cinco minutos. "A cadeira é ótima, mas o filme..." (Mônica Bergamo na FSP)




nossa única alternativa, outra vez, é ser como Paris! Adoro esses filósofos que vão ao cinema de 46 reais, acham barato e pensam que cultura são os livros que a Saraiva vende.

11 comentários:

vina apsara disse...

Paris, a cidade luz, ou Paris, a Hilton?

ou será que os dois são um?

Anônimo disse...

ia comentar isso mesmo.. pior seria se a soluçao fosse ser como a Paris Hilton...

Anônimo disse...

Em nome da cultura, e do turismo, o pref. de Bh retirou tudo que realmente funcionava na Praça da Liberdade. O que eu me pergunto é que graça há em visitar um lugar que só existe para ser visitado? Aliás, os filósofos do turismo chamam essa falta de sentido de 'o não lugar'.

vina apsara disse...

sabe o que eu pensei hoje, por que ele cita o gugheheim (jesus, como escreve isso) de Bilbao como exemplo de museu que é em si uma obra de arte , em uma cidade que tem... O MASP! na verdade, temos muitos exemplos disso aqui nas terras selvagens tupiniquins, inclusive uma cidade inteira. Brasília é bem isso. mas, nãaaaaaaaaaaaao, os subdesenvolvidos têm que ser igual a paris...

Anônimo disse...

..."porque cultura é um grande luxo", então tudo que não for luxo não é cultura.

Anônimo disse...

cara, eu acho tão chato esse papo de sociedade de consumo. essa galera que entende cultura como se fosse uma manisfestação superior "como em paris" simplesmente me cansa. além do mais, "a cultura deverá ultrapassar as barreiras físicas dos museus e livrarias"? alguém dá um livro de introdução a antropologia pra esse cara, vai. =p

Anônimo disse...

they try to make me go to rehab
and i may go, go, go

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u439107.shtml

vina apsara disse...

nós sempre teremos Paris!

Ju: vc é a melhor repórter investigativa deste blogue!

catu disse...

diz isso pra minha mãe, por favor, no estilo "tia, ela serve pra ALGUMA coisa"

;p

Anônimo disse...

Eu falar da Hilton... já falaram; ia falar de Brasília... tarde demais. Eu ia elogiar o Lipovetsky, pela teoria dele, da Hipermodernidade, mas não tem condições.
É, vou ficar calado.

vina apsara disse...

melhor não...

alguém tem que dizer pra ele que livro é luxo também. desde sempre!