quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

tradução

a pedidos, com vocês a tradução deste artigo controverso da Revista Ñ, o (excelente) suplemento literário do jornal argentino El Clarín.

O blog como espetáculo íntimo

Em uma mesa do Filba (Festival Internacional de Literatura de Buenos Aires, que aconteceu em novembro) três jovens romancistas e bloggers latino-americanos discutiram suas experiências com o popular meio digital. Eles opinaram sobre as vantagens de escrever um blog, mas também admitiram que começa a ser um gênero esgotante.

Por: Andrés Hax

O blog já era? Continua sendo uma novidade? Um meio que pode usurpar, complementar ou até destruir a literatura? Os blogs são um meio legítimo para que um autor amador faça chegar sua obra –ou seus diários íntimos—a um público anônimo mas potencialmente massivo? Um blog pode servir como um laboratório público de idéias íntimas que serão as sementes de um livro comum e corrente?

Moderado pelo jornalista da Revista Ñ, Diego Erlan, três escritores convidados se dedicaram a debater acerca destas questões no painel do Filba "O Blog como espetáculo íntimo". O brasileiro Daniel Galera (1979) uma das figuras da nova narrativa de seu país; O peruano Santiago Roncagliolo (1975) autor da novela Abril Rojo (“Abril Vermelho”, em tradução literal), entre outras, e também de um livro recém editado chamado Jet Lag que surgiu –justamente- de seu blog; e, finalmente, o argentino Oliverio Coelho (1977) considerado como um dos representantes da nova narrativa argentina e autor do blog conejillodeindias.

A conclusão? Algo pode ser adivinhado no vídeo desta nota ao escutar as opiniões dos palestrantes, mas em termos gerais pode-se dizer que foi detectado certo esgotamento do gênero blog. Em seu auge –que se poderia enquadrar em mais o menos dois anos atrás— representava uma tentação irresistível tanto para autores amadores como conhecidos e em sua maioria jovens. Depois de tudo, o blog é realmente uma tecnologia ou um suporte extraordinário: qualquer pessoa com acesso à Internet pode se converter em seu próprio editor. O efeito: milhões de pessoas se aproveitaram desta oportunidade e agora, além da incrível abundância, começa a existir uma espécie de fastio, de esgotamento.

Existe uma expressão comum em inglês: "If it aint broke, don't fix it." Algo assim como "Se não está quebrado, não invente de consertar." E o livro não está quebrado.

O blog vai continuar atraindo escritores e leitores de toda índole, mas o melhor do melhor, o que vale a pena ler, vai continuar sendo publicado em livros. Ao menos essa é a opinião deste cronista, depois de assistir ao debate a quatro vozes hoje no Filba.

14 comentários:

vina apsara disse...

é claro que eu discordo.

mais sobre a minha opinião - já que eu tô na moda da auto-citação - nos comentários do último post.

vina apsara disse...

yey, consegui.

nossa, eu sabia esses lances de html de cor...

lrp disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
lrp disse...

Discordo tbm e, deuses, divulgação como critério estético já não faz nenhum sentido desde seilá Voltaire!

e há grandes idéias que não funcionam, sobretudo na quantidade que funcionam, em outras mídias senão na virtual. o "A Softer World" que o Heitor tanto gosto ainda é um bom exemplo disso:

http://www.asofterworld.com/

, mas é preciso lembrar que o livro ainda pode e precisa ser um espaço a ser pensado em si, que não morreu como reinvenção de si em seilá Só do António Nobre. O mesmo vale para o blogue.

vina apsara disse...

achei meloso demais... prefiro o xkcd

lrp disse...

heitor? haha, não, vai, tem uns bem legais...

vina apsara disse...

é, né? o heitor é mocinha...

na verdade, gostei do lance da imagem nao ser figurativa em relacao ao texto, saca? tipo sandman. adoro isso, dá um certo tom ao quadrinho, o que é difícil de conseguir. parece tb o post secret.

eu gostei mais ou menos deste: http://www.asofterworld.com/clean/chanteuse.jpg

Ca disse...

haha, legal. acabei de criar meu blog.
isso é paranóia de quem não tem oq fazer... como se um dos dois corresse o risco de acabar pra sempre! absurdo.

Ca disse...

divulgação como critério estético? isso existiu um dia? em relação à literatura, digo. pq sempre achei que fosse coisa de publicitário.

Anônimo disse...

Pois é, eu ganhei o livro estes dias, de um amigo, até então só conhecia alguns poemas soltos. Confesso que, aquele primeiro, o da 'posição desconfortável na cadeira', me deu um pouco de aflição... Mas gostei principalmente desse ‘Uma visita’ e do ‘Uma doença’. Essa escrita sem parágrafos, com frases intermináveis, parece até que o fôlego da gente encurta enquanto lê. Então, ele é sua sina? Por quê?
Inté.

vina apsara disse...

Ca: resumiu mesmo, coisa de publicitário.

Tata: vou te responder no teu blogue, né? acho melhor... não entendo bem dessas etiquetas de internet.

lrp disse...

isso de onde responder juro que me tortura!

Paulo Rená da Silva Santarém disse...

Sensacional! Quando voltar do rio eu faco algo no meu blog vinculando pra ca! :)

vina apsara disse...

hahaha gracias!