Raquel Parrine é uma menininha que recentemente fez uma descoberta chocante. Ela aprendeu a falar sozinha.
No começo era difícil. Ela esperava que alguém, eventualmente, ouvisse as palavras que ela tão detidamente escolhia. Mas, com a insitência do tempo em agudizar sua solidão, Raquel já não se importava mais se alguém estava ouvindo ou não.
Começou praticando no espelho, respondendo perguntas de um interlocutor invisível, muitas vezes em línguas desconhecidas ainda do ouvido humano.
Depois, incorporando a maturidade da prática, gesticulava avidamente enquanto discursava a respeito da salvação das baleias ou das nascentes do Nilo. Alguns dias era militante do Greenpeace, outros, respondia sofridamente os longos interrogatórios de um tribunal da Inquisição. Apresentou, certa vez, dados incontestáveis da inocência de Jack, o estripador, e condenou Nelson Mandela à cadeira elétrica.
A perseverância fez com que os temas já não importassem mais, Raquel era uma hábil argumentadora, não deixava pedra sobre pedra, as pessoas evitavam o contato direto do olhar.
Hoje, se escuta por aí que sua boca feroz tem controle sobre a vida e a morte dos fracos de espírito.
9 comentários:
muito bom, quel!
Eu sou socio do Greenpeace.
E eu te leio.
W
eu acho que a boca feroz de raquel parrine tem controle sobre a vida e a morte de determinados temas oligofrênicos. isso faz com que os fracos de espírito não consigam escutá-la durante muito tempo sem surtar, pensando "mas do que essa esquisita está falando?!"
^___^
(saudades, quel)
greenpeace é oportunismo bruto.
pobre, nelson!
mas, ei, eu ainda sou sua amiga.
gente, a raquel parrine é ficticia.
a pessoa de verdade é a vina.
voces precisam entender as finesses da representação literaria.
tsc tsc...
Aliás, to feliz pq eu mesma nao falo sozinha.
hahahah
A primeira coisa que percebi foi que eu nunca, acho, tinha lido o nome dessa garota num blog da Vina ou da Shoyo. Que coisa!
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk.10²³
:)
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