sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

...porque metade das coisas que a gente vive é simplesmente ficcao

(nao tem til nem cedilha neste teclado)

Em nome das coisas inacreditáveis que acontecem, e precisamente dedicado a elas, escrevo este post.

O Bolaño entendia que a vida é feita de coisas inacreditáveis. É por isso que ele mesclava (que merda, falar dele nesse passado fatal) coisas que acontecem com as que nao acontecem, todas no mesmo nível daquilo que pode ser acreditado - dá pra entender? E talvez esta seja uma das qualidades comuns dos grandes escritores, nao todos, mas alguns. Tomar a mao do leitor e conduzi-lo para longe, bem longe, daquilo que ele acreditaria, mas que já é tarde para duvidar. O inacreditável ordinário. É lindo.

Tendo isso em vista, pedantismo à parte, olhem o que me aconteceu. Olhem bem para esta senhora:



Esta é Maria Kodama, viuva do grande escritor-celebridade Borges, Jorge Luis. Conhecida pelos nativos como a Yoko Ono argentina, conhecida por mim como a única celebridade argentina viva que eu poderia reconhecer na rua.
Ok. Tendo isso em vista, imaginem alguns brasileiros perdidos na rua, se lamentando porque seu retiro alcoolico de destino estava irremediavelmente fechado, interditado, impossível, sentados na calçada de alguma esquina da rua arenales, apoiados uns nos outros. Entao, eis que para um taxi. E eis que deste táxi desce a distinta senhora, a célebre viúva (negra), a japonesa do mal. Atravessa a rua na frente dos brasileiros, dá uma voltinha, a fim de tornar o reconhecimento indiscutível, e entra em um prédio. Nao antes que uma brasileira, particularmente amarrotada, lhe aponte um dedo e diga: ¡Ei! ¡É a puta da Maria Kodama!!!!
(2 minutos depois)
- ¿Quéeeeim?

Nenhum comentário: