Esse é o número VI (fica sem formatação, o que perde um pouco):
O terno que vesti amanhã
não o lavou minha lavadeira;
o lavava em suas veias otilinas*,
no jorro de seu coração, e hoje não hei
de me perguntar se eu deixava
o terno turvo de injustiça
A hora que não há quem vá às águas
em minhas pautas retifica
o lenço para emplumar, e todas as coisas
do velador de tanto o que será de mim,
todas não estão minhas
a meu lado.
Ficaram de sua propriedade
fratesadas, seladas com sua triguenha bondade.
E se eu soubesse que ha de voltar;
e se soubesse qual amanhã entrará
a me entregar as roupas lavadas, minha aquela
lavadeira da alma. Qual amanhã entrará
satisfeita, cereja de olaria, venturosa
de provar que sim sabe, que sim pode
COMO NÃO VAI PODER!
anilar e passar todos os caos.
*N.T. Otile era o nome do primeiro amor do poeta.
2 comentários:
tá, eu entro na comunidade Homens Feministas, gostei não.
Mas o uso de nome próprio como adjetivo foi lindo, está anotado. A estrofe toda é boa, aliás.
vou entrar na comunidade "eu desisto"... =(
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