estava jogada no sofá, lendo o A leitura e seus lugares, do Júlio Pimentel, quando me surge o seguinte:
É com essa presunção que o livro se apresenta, a de convidar a boas leituras num tempo em que pouco se lê e, inúmeras vezes, se lê mal ou se lêem coisas ruins. O leitor de livros baldios acostuma-se a eles e raramente se arrisca. O livro raso, de leitura esquemática e simplificada, não é porta de entrada para Proust ou Cervantes. É a sua negação, é o pretexto da recusa, é o vício.
eu gosto desses perfis de leitores. e gosto também de pensar que a literatura tem ainda e muito forte esse caráter de vício. me remete imediatamente ao século XVIII, aquele filme do marquês de sade, em que ele fica preso. a leitura como mobilizadora da sociedade, algo que faz da gente um punhadinho mais obtuso.
a leitura como construtora de seres piores, de leitores baldios, como eu.
5 comentários:
Achei "punhadinho mais obtuso" tão bonitinho!
as mocinhas do púchkin são todas baldias, adoro.
mas fiquei com uma pena de te imaginar jogada no nosso sofá...
pobres das suas costas.
o sofá-ressaca. você acorda arrependido.
ai, as mocinhas criadas pelos romances franceses!
obrigada, renata!
pimba!!!
isso também...
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