segunda-feira, 18 de outubro de 2010

literary critics' DEATHMACH!

Lúcia Miguel Pereira versus Helen Caldwell

"Tamém Capitu pertence à mesma classe de voluntarioso, e para fazê-la malograr teve o romancista que recorrer, contra seus hábitos, a uma circunstância fortuita: à semelhança de seu filho com o amigo do marido. Se tal não se desse, ela viveria tranqüila e respeitada, malgrado o adultério. É possível que essa intervenção do acaso represente a sanção do único erro cometido pela astuciosa: amar Escobar. O sentimento enfraqueceu-a e pô-la à mercê da sina a que só escampam os fortes. Forte, porém, não é o que sabe somente querer, mas o que se sabe ajustar, com firmeza e perícia, ao ritmo da vida." MIGUEL-PEREIRA, Lúcia. História da literatura brasileira: prosa de ficção. De 1870 a 1920.RJ, pp. 105-106

Santiago nos diz que a grande diferença entre a sua história e a de Otelo é que Capitu é culpada.Mas, por acaso, não existiria uma diferença mais óbvia, que surge da própria natureza de Santiago. Helen Caldwell. O Otelo brasileiro de Machado de Assis. p. 32. Sant+ Iago. Got it.

Só falta a Lúcia Miguel-Pereira escrever o texto das campanhas presidenciais brasileiras e a Helen Caldwell chamá-la para uma luta na lama.

Um comentário:

vina apsara disse...

"Dom Casmurro, finalmente, nos apresenta Capitu, tipo de extraordinária vitalidade, soma e fusão de múltiplas personalidades, espécie de supermulher toda ela só instinto metida na pele de uma pervertida requintada e imprevisível. A sua dissimulação arrasa tudo, e o desfecho do seu caso vem a ser uma consolação bem melancólica de um mundo arrasado". PEREIRA, Astrojildo. Machado de Assis: ensaios e apontamentos avulsos. Belo Horizonte, Oficina de Livros, 1991. p. 21