segunda-feira, 18 de julho de 2011

post anti-nostálgico

Estão completamente erradas as pessoas que pensam que a internet é responsável pelas inabilidades sociais da nova geração. Os problemas sociais continuam os mesmos e a dificuldade de se relacionar continua tendo a mesma causa, qual seja, as pessoas. Misoginia, apatia, introspecção, psicopatia não são neologismos e certamente são tão antigos quanto a Idade da Pedra. Se existisse scanner na época dos neanderthais, possivelmente se reconheceriam padões de comportamento muito parecidos com os atuais. Aliás, não foi um hominídeo -- que aliás é considerado muito esperto -- quem decidiu parar de ficar se mudando de lugar para lugar e começar a plantar e criar animais? Isso não é considerado um passo evolutivo? Corrijam-me, por favor, biólogos de plantão.

O que quero dizer, portanto, é que facebook é um passo perfeitamente evolutivo. Nossas relações com as outras pessoas começam a se restringir ao mínimo (ou ao máximo, dependendo do ponto de vista) com um corte altamente racional da energia que gastamos para isso. Ou irracional, dependendo do ponto de vista. Passar 20 horas por dia no facebook é uma forma racional ou irracional de preencher seu tempo? Reagir aos feeds dos seus amigos é gastar mais ou menos energia com eles? -- essas são as perguntas de verdade.

E não achar que o mundo vai acabar porque as pessoas não se dão bom dia na rua. Esses filósofos apocalípticos são exatamente aqueles que nunca aprenderam a usar um teclado qwert. Um fulano PhD escreve contra o twiter na Folha: ele vai ter mais de quarenta com certeza e não deve saber nem como se cadastrar em uma rede social.

Comparando com a geração imediatamente anterior, será que esse povo não está sendo melhor criado pela internet do que a gente, que foi criado pela televisão? Xuxa versus youtube.

Sinceramente, eu acho que não tem comparação.

4 comentários:

Paulo Rená da Silva Santarém disse...

que sintético isso. gostei muito. tecnófilo que sou então, gostei muito da "defesa" da internet.

vina apsara disse...

Obrigada! Tenho defendido este ponto de vista nos congressos de literatura que eu vou. No caso dela, aliás, o tema é muito mais complexo, porque com a chegada da internet a leitura voltou a ter um espaço protagonista nas relações sociais, na cultura, coisa que não acontecia na geração imediatamente anterior. Assim, como sustentar que a literatura vai acabar, que está em perigo, por causa dos e-books e dos tablets? as pessoas não estão lendo mais?

Anônimo disse...

Li uma vez que a internet é apenas um reflexo de como as pessoas são no "mundo real". Por exemplo, um fulano que tem trocentos amigos na vida real, e o super popular e etc e tal, tbm é assim na rede. Ele vai ter mto mais amigos no face, por exemplo, e vai manter um círculo social dentro da rede mto grande, o que não acontece com as pessoas fechadas e introvertidas. Interessante, né? Pra mim, a internet melhora o acesso às pessoas, quem não vê é isso é completamente idiota.

Anônimo disse...

Ops, aqui é a Marina (de brasília). =)