terça-feira, 3 de julho de 2012

post que perdeu o foco desde o começo


Quando eu pensei em escrever um post por semana, nunca imaginei que seria tão difícil, quer dizer, eu já tinha feito pior do que isso, um post por dia nos primeiros anos do meninashoyo, e não era complicado. Mas ter um blogue em 2002 é muito diferente de 10 anos depois, 2012, o ano inimaginável. Hoje, pra se ter um blogue, você precisa ter algo a dizer, ou pelo menos parecer que tem algo a dizer, e não simplesmente publicar porcarias sobre o seu dia-a-dia. Não, isso não é verdade.

Vamos por partes. Em 2002, eu escrevia praticamente um post por dia sobre algum assunto aleatório, normalmente citando vários amigos, piadas internas, etc. O lance era visitar outros 350 mil blogues por dia, com posts parecidos e deixar comentários com links para o seu blogue. Isso criava uma rede em que blogueiros se visitavam diariamente, trocavam ideias (ou não) e mais ou menos influenciavam a escrita uns dos outros. Tinha blogues com mais de mil comentários por dia. Os meus sempre foram mais modestos, mas já tive 50, quase um chat.

Hoje eu continuo escrevendo sobre assuntos aleatórios ligados ao meu dia-a-dia e continuo visitando meia dúzia de blogues, os habitués da listinha aqui em baixo, sem deixar comentários, porque já não tem mais graça angariar público (e nem faz muito sentido). Não existe mais uma hierarquia dos blogues, porque, afinal, quase não existem mais blogues, se a gente comparar com antigamente. Se você tem um blogue é porque você não consegue viver sem ele, é uma forma de se expressar estranhamente necessária -- quadrinhistas fazem tirinhas, escritores escrevem, poetas poetizam e o povo da astrologia faz mapa natal. É como os leões rugindo, os padeiros fazendo pão, os funcionários públicos carimbando papeis, os engenheiros construindo pontes: you got to do what you got to do.

Mas não era sobre isso que eu ia falar hoje. Ia falar sobre a aridez da vida, a dificuldade de se encontrar alguma coisa pra dizer em um mundo onde cada minuto do seu dia é útil, ou deveria ser (por isso a foto lá do começo). Acho que vai ter que ficar para outro post.

PS: falando em leões rugindo, saiu um ensaio meu sobre Los detectives salvajes na Revista Estação Literária, caso alguém se interesse.

Um comentário:

biel madeira disse...

gostei pacas!