terça-feira, 3 de junho de 2014

posts inacabados vol 1: tolstói (claro)


As pessoas acham que desisti desse blogue. Intrigas! Ando escrevendo, e muito. Mas terminar as coisas, de repente, pareceu muito difícil.

Pensando nisso, vou inaugurar uma série de posts inacabados que tenho guardados do meu computador. Gostaria de dedicar esse esforço de continuidade à amiga/leitora Kelly Marques, pelo seu apoio moral/incondicional/cafeinístico.

Esse é o começo de um texto sobre Guerra e Paz, frustrado por um artigo na Gazeta Russa que falava quase a mesma coisa. Réquiem para o ensaio...

Este artigo se baseia metodologicamente numa ignorância profunda sobre a literatura russa e sua respectiva sociedade e, segundamente, em uma excitação igualmente profunda pela obra literária de Liev Tolstói.
 Quando falamos que tal escritor inspirou uma “multidão” de fãs, ou que reuniu um “culto”, comumente estamos usando essas expressões em sentido figurado. Não com Tolstoi. Se nos livros de História da literatura, você vir escrito que Tolstoi formou uma seita, entenda com o sentido literal de religião. O tolstoísmo está aí para nos lembrar que a literatura já foi responsável pela mobilização política e espiritual (?) da sociedade, um estremecimento das bases morais do "eu" que pode causar revoluções. Também nos faz lembrar que esta mesma instituição, a saber, a literatura, encontrou o seu auge mais culminante justamente no século XIX, quando a sua influência era muito maior do que qualquer outro tipo de mídia. (Não era uma época multimídia, como hoje. Seria monomídia, talvez, em que o meio impresso dominava completamente a opinião pública.)
 Será que conseguimos imaginar o sucesso de Tolstoi? A discussão que Guerra e Paz movimentou nas ruas, a cada volume? Teremos como perceber a total dimensão, em termos de público, da influência dos seus escritos?

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