domingo, 5 de novembro de 2006

Continue a nadar

Outro dia, no ônibus, eu pensei em uma frase legal pra começar um conto. "Meu avô era homem positivo", achei um excelente começo pra outro conto homenageando o meu avô, uma coisa assim, que servisse pro avô de todo mundo. Positivo pareceu uma palavra exata, daquelas precisões que a gente tanto inveja nos grandes escritores. Confesso que até me arranquei um pensamento. Eu sou foda.
Pra variar, outra coisa me chamou atenção no caminho e, dez segundos depois, eu completamente apaguei qualquer vestígio de lembrança daquilo que finalmente ia lançar minha carreira e me proporcionar milhares de dólares e homens bonitos. Síndrome Dori total. (Na verdade, acho que poucos personagens da cultura ocidental me representam melhor do que a Dori. Ela é passada. Ela sabe nadar. Ela fala várias línguas. Ela é azul.).
Onde eu estava? Ok, na Dori. Pois então. Muitos meses se passaram e eu precisava encontrar algum conto legal para fazer uma análise legal para uma matéria legal dada por um professor boçal, por isso peguei o Guimarães Rosa, pra exercer a dupla função acadêmica-terapêutica exigida por aquele determinado estado de espírito. Abri o primeiras histórias em uma página aleatória: princípio do conto: meu pai era um homem positivo. meu pai era um homem positivo. meu pai...
Merda.
Moral da história. Existe um motivo por que os grandes gênios são grandes gênios, e eu e você somos... enfim, somos nós. Estar atrás ou na frente de determinado livro é, de fato, o que nos identifica como pessoa. Eu estou na frente, lendo. Detidamente, lendo. Inconscientemente.

3 comentários:

Anônimo disse...

putz, na hora que eu comecei a ler me veio na cabeça o fato de seu pai ser militar, aí pensei, será que o avô também? aí viajei em positivo logo como positivista..
mas tudo isso durou só uns três segundos heheheh!
adorei o blog novo chuchu!

Anônimo disse...

Eu juro que precisaria ler o resto desse fervilhar de genialidade para entender o sentido de positivo. Nem cheguei a pensar em posivitismo. Só ficou uma curiosidade mesmo.

E você nunca tinha lido esse texto do Guimarães? Pô, que coisa.

vina apsara disse...

Já tinha lido. Mas reli e me assustei.

Droga.