sexta-feira, 6 de julho de 2007

o passado, de fato

O problema da sociedade de hoje em dia é que nós somos o futuro. O passado costumava a ser melhor, melhor ainda no pretérito perfeito: foi, esteve, passou. Digo que nós somos o futuro, porque aparentemente não há futuro além de nós, quero dizer, sim, veio o século XXI, o bug do milênio, as naves espaciais, a matéria plástica, a comida em pequenas pílulas, as grandes poltronas, os tecidos inteligentes, os satélites, o celular, escova de dente elétrica, george foreman grill, isso sem contar o teflon, facas guinzo, clonagem, ruffles trasgênica, rodízio de sushi, som THX, iphone, Star Wars IV, lasanha de microondas, Second Life. Claro que nós não somos nem perto do que seríamos, se dependesse do Robert Zemeckis, Stanley Kubrick, Aldous Huxley, Padre Antônio Vieira, ou El Bosco. E, é por isso que não temos mais o direito de dizer o que seremos, enquanto não entendermos aquilo que somos, para o melhor, ou para o pior. Assim, o que o presente nos reserva - ou melhor, aquilo que sobrou para nós - é um futuro do pretérito intermediário e a história triste do que faríamos se nós fôssemos outros.

3 comentários:

Anônimo disse...

nao posso deixar de comentar que tantos dos seus exemplos tem a ver com comida.. heheh

vina apsara disse...

acho que eu passo fome mesmo...

Deia disse...

Pertinente a observação de Elisa.
Não se fazem mais futuros como antigamente...