segunda-feira, 17 de agosto de 2009

quebra tudo!

eu adoro os anarquistas. na verdade, eu sou completamente apaixonada por eles.

meu quadrinho preferido, V for Vendetta -- não o lixo do filme (aliás, eu não sou de ficar falando mal de adaptação, mas essa foi triste). apesar de que o filme mostra muito bem a parte mais bonita do quadrinho, em que a Eve é presa por V e torturada (ok, no quadrinho é tortura de verdade, não essa lavagem de cabelo do filme), até se libertar do seu medo da morte. o que estraga tudo, na verdade, é aquele começo nojento do filme "eu não sinto falta das idéias, mas do HOMEM". ah, minha filha, vai por ai dar na moita, sei lá.

oquei, anarquistas número 2 - edukators: porque aparentemente os alemães já nascem com uma predisposição ancestral de colocar fogo em tudo. o que me lembra do anarquista número 3: joker, do cavaleiro das trevas, melhor conhecido como o filme do batman que dispensa completamente o próprio batman. aquela hora em que o michael caine, salvando o seu personagem do rebaixamento do próprio talento dramático, resume o coringa como aquele que "só quer ver o circo pegar fogo". a história dos diamantes é também muito comovente, o que faz a gente querer sacar do banco nossa poupança em notas de um real para jogar pela janela.

vejamos: temos tortura por liberdade, invasão de propriedade privada, circo pegando fogo... o que falta?

ah.

anarquistas número 4: fabricação de sabonete. taí uma adaptação que não é de todo mal. mas o que "bota pra fuder", como diria o estádio do pacaembu em final de campeonato, é mesmo el libro. todo o esquema de um exército do caos fica muito mais claro, e o tyler te dá um medo feroz. faz assim, joga o livro pro alto, coloca fogo no quarto e... vai pra cozinha fazer sabonete!

anarquistas 5: no espaço sideral. pra sentir aquela vontade de chutar o balde e ir pra lua e começar toda uma civilização do zero, só mesmo "os despojados", da nossa querida musa Ursula le Guin. um hino de amor aos nossos ideais mais inusitados, que a gente guarda bem dentro de si. ah, e com uma pitada de drama acadêmico -- se você estiver entregando um relatório, se joga na catarse, porque o personagem principal é um físico.

até eu lembrar de outros, fica aí o top 5.

16 comentários:

Deia disse...

ahahahahah
você e os alemãaaaes, hein...
Desculpe, foi inevitável.
Sei lá, meu aná é meio que dadá; prefiro a comédia e a paródia à anarquia.

vina apsara disse...

ANARQUIAAAAAAAAAAAAAAAA!!!

Ca disse...

concordo, e digo mais: vamos mandar tudo/todos pra putaqueopariu.

Anônimo disse...

Adoro o V for Vendeta, mas achei o filme legal tb. Sei lá, independente de ser boa ou má a adaptação, o filme me pareceu bom.
Bjos.

vina apsara disse...

tata, acho que o filme é uma boa introdução ao livro (eu sempre exagero quando escrevo). mas o ponto principal do livro, que é o estado de anarquia começado pela explosão do parlamento, é o ponto final do filme, a última cena. além disso, as modificações são bem significativas, quer dizer, quando mudam o nome do ditador de Susan para Sutler, você vê o quanto eles quiseram relacionar o filme ao nazismo, quando o livro se refere mesmo ao governo Tatcher na inglaterra.

e depois tem aquela pala do amor que não dá mesmo. no livro, quando o V morre, a Eve tira a máscara dele de fato. e o que ela vê é o rosto dela mesma. pq o V tava treinando ela pra ser uma anarquista mesmo... fica no final aquela duvida mesmo igual a do tyler no clube da luta.

mas umas coisas do filme ficaram bem legais, toda aquela cena de invasao da TV e a mensagem que ele passa é muito fera, porque ele diz explicitamente que a culpa do caos é das pessoas.

ok, i can go on and on and on... como eu disse, é o meu quadrinho preferido!

Anônimo disse...

Acho que quiseram relacionar o filme a todos os governos autoritários da história contemporânea. E a partir daí, principalmente pelo momento do lançamento e os desdobramentos decorrentes disso, à política "contra terror" dos Estados Unidos. Enfim. Gostei das cenas grandiosas. Mas ouvi falar na época que os autores não ficaram muito felizes.
Tenho outro exemplo de filme que funciona como alguma coisa inspirada num livro. Já viu o Nina? É daquele diretor que não lembro o nome e que fez depois o Cheiro do Ralo. Bem, Nina, a princípio, é uma adaptação do Crime e Castigo. Mas vc já leu Crime e Castigo? É meu livro favorito desde muito tempo. Não imagino alguém, (além de mim, claro, no caso de eu ser cineasta) que consiga realizar um filme tão completo quanto à história que foi contada pelo Dostoiévski. Então, funcionou como filme. O próprio diretor disse, eu li em algum lugar, que tinha feito uma história inspirada no livro, não uma adaptação.
Antes eu saía por aí dizendo que as adaptações dos livros que eu gostava eram uma droga, que as versões das músicas que eu havia gostado no original eram uma bosta, etc. Eu dizia estas coisas. Mas de uns tempos pra cá comecei a pensar que tudo na vida deve seguir a premissa ridícula que diz: "uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa". rs
Eu entendo o que vc disse, e concordo em muitos aspectos. Mas hoje estou para dissertações sobre temas alheios.
Ah, e também é o meu quadrinho preferido.
Desculpa aí.
rs
Bjos

vina apsara disse...

não, você tem toda razão. como eu disse no post, não costumo falar mal de adaptações. também acho o livro e o filme sempre coisas diferentes.

tem uns filmes que eu prefiro do que os respectivos livros -- já leu "o silencio dos inocentes"? o mesmo com entrevista com o vampiro, pelo menos na minha opinião.

sei lá, mas é sempre questão de gosto, né? o que me surpreende que outra pessoa também goste mais de V do que watchmen -- é o seu caso?

eu gosto de sadman tb, mas é que tem mais altos e baixos.

ah,sobre o crime e castigo, eu não gosto muito de Realismo, mas eu tenho certeza de que se eu insistisse um pouco mais, ia gostar bastante.

dos russos, eu gosto do puckhin, conhece?

(alias, nao precisa se desculpar, discordar é viver!)

Anônimo disse...

Bem, a verdade é que eu sou uma pata no mundo dos quadrinhos. Conheço pouca coisa. Basicamente o V, porque um tipo que queria me beijar emprestou há muitos e muitos anos, e os ex-mem dos anos oitenta (veja só), que uma colega da sétima série me emprestava também.
Teve uma fase na minha vida que eu cismei com Dostoiévski. Então, todos os russos e não russos que de alguma forma estivessem relacionados a ele me interessavam. Foi assim que conheci a Sylvia Plath, por exemplo. Porque ela fez uma monografia na graduação, ou foi a dissertação de mestrado, esqueci, sobre uma obra que eu acho que era o Idiota, mas já não tenho mais certeza. Os outros russos que nunca escreveram sobre Dostoiévski, com a grata exceção do Mayakóvski e do Gorki, continuam um mistério pra mim.
Parece que eu gosto bastante dos realistas.

Anônimo disse...

ah, e é claro que a sylvia plath entra no ramo dos não russos. blá!
inté.

Anônimo disse...

ah, e o puchkin, eu já li alguma coisa sim. Não posso dizer que conheçoooo, mas não me é totalmente estranho. Vc tem alguma coisa aí? Se tiver, manda pra tatamarx@hotmail.com :) Assim eu fico conhecendo. rs
Bjo

vina apsara disse...

então, você precisa ler watchmen! é o número 2! (mas ai vc vai ter que concordar comigo que o filme perdeu o ponto do quadrinho hehehhe).

po, do puchkin eu tenho um livro, o dama de espadas, da editora 34, mas tá emprestado, senao te mandava pelo correio. uma amiga está traduzindo outros contos dele para a tese dela de mestrado. assim que ela defender, eu te mando.

ah, e tem algumas operas que o tchaikovsky fez em cima da obra dele. a mais famosa é a adaptação do eugene oneguin, a obra prima do puckhin. a música é muito boa tb! na falta da tradução em português, é praticamente dizer que assistiu o filme.

ah, eu não tenho nada contra os realistas. eu gosto muito do eça, por exemplo, mas também não sinto aqueeeeeeeeele apelo. como proposta, eu prefiro os românticos. acho que eles foram mais inovadores, também.

tive um professor na faculdade que tinha uma teoria muito interessante, que o romantismo e o realismo eram, na verdade, o mesmo movimento. o romantismo se propunha a criticar a sociedade capítalista por meio de valores espirituais, e o realismo, por política (valores materiais). pode não ser muito preciso, mas é interessante, né?

taí uma que eu não conheço, a sylvia plath. o que ela escreveu?

Anônimo disse...

É americana, dos anos 50. Foi casada com um poeta famoso. Escreveu um livro em prosa só, the bell jar, que, dizem, é uma espécie de auto-biografia disfarçada. Mas este eu não li, só ouvi falar. Ia colocando um poema no meu blog porque pretendia dizer pra vc : vai lá ler. Mas o assunto principal dela é o suicídio. Até que tem outros menos mórbidos, mas os melhores poemas, ou os que eu mais gosto, falam sobre isso. Acontece que eu não tô com muita vontade de postar textos suicidas agora. Sendo assim: http://www.ingles.seed.pr.gov.br/arquivos/File/livrosliteraturaingles/lazarus.pdf
Ta aí o link do mais famoso. E um outro que eu gosto mais: http://extraeordinario.blogspot.com/2008/04/cano-de-amor-da-jovem-louca.html Existem traduções melhores. A Ana C. traduzia ela muito bem.

Anônimo disse...

sobre o romantismo e o realismo, acho que é uma idéia. Acontece que eu não tenho nenhuma qualificação para entrar no mérito da questão. Sou leiga em tudo quanto há. Mas, se quiser, dá aí um e-mail seu e a gente bate um papo. Senão vamos jogar garrafas no mar eternamente, e eu tenho medo do conteúdo das minhas. :)
Bjos.

vina apsara disse...

vou ler sim. mas também não estou no clima dos suicidas...

aliás garrafas ao mar é ótimo! te mando um email.

Nathan disse...

Ei, caí por acaso aqui!
Pra engrossar a lista dos alemães: "O que fazer em caso de incêndio". Apesar do final boboca é bem bacana.
=)

vina apsara disse...

hehehhe viva o google!

legal, esse aí eu ainda nao vi...