terça-feira, 8 de maio de 2007

rotina

Saudade,
Diga a esse moço, por favor
Como foi sincero o meu amor
Quanto lhe adorei
Tempos atrás...

É um rito: se eu não faço tudo na hora certa, fico extremamente mal humorada. Não estou falando de rotina, mas de uma rígida precisão de minutos. Dezenove exatos para acordar, fechar a janela, calçar o chinelo, coçar o ouvido com o cotonete, encontrar a calça jeans, o sutiã, a camiseta e o desodorante, me vestir, prender o cabelo, lavar o rosto, tomar um leite com nescafé, escovar os dentes, pegar a mochila e sair. Não, eu me recuso a tomar banho de manhã. Isso acabaria com a minuciosa ordem dos afazeres, que, por sua vez, é absolutamente necessária, em substituição ao raciocínio. Pelo menos quando ele está hibernando, digo, o raciocínio. Ele costuma acordar algo em torno das quinze pras nove, invariavelmente me tomando de sobressalto no ônibus, onde eu murmuro "...m quê?" e acordo, também de sobressalto, a pessoa que está do meu lado.

Um comentário:

Anônimo disse...

Isso faz pensar...

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